Destilação: Uma História de Evolução e Avanços (3)
Os alambiques frequentemente apresentavam um sistema de resfriamento ao redor do bico, utilizando água fria, por exemplo, para melhorar a eficiência da condensação do álcool. Esses eram chamados de caldeiras.
Hoje em dia, réplicas e alambiques foram em grande parte substituídos por métodos de destilação mais eficientes na maioria dos processos industriais. No entanto, as caldeiras ainda são amplamente utilizadas na produção de algumas bebidas destiladas finas, como conhaque, uísque escocês, uísque irlandês, tequila, pisco e algumas vodkas. Contrabandistas em diferentes países também utilizam alambiques clandestinos feitos de diversos materiais (madeira, barro, aço inoxidável). Além disso, alambiques em pequena escala são comercializados para uso doméstico na produção de água de flores ou óleos essenciais.

As primeiras formas de destilação envolviam processos em bateladas que utilizavam vaporização e condensação. A pureza era aprimorada por meio de destilação adicional do condensado. Volumes maiores eram processados simplesmente repetindo a destilação. Segundo relatos, os químicos realizavam entre 500 e 600 destilações para obter um composto puro.
No início do século XIX, os conceitos básicos das técnicas modernas, como pré-aquecimento e refluxo, foram desenvolvidos. Em 1822, Anthony Perrier desenvolveu um dos primeiros alambiques contínuos e, em seguida, em 1826, Robert Stein aprimorou aquele projeto para criar seu alambique de coluna. Em 1830, Aeneas Coffey obteve uma patente para aprimorar ainda mais o design.

O alambique contínuo de Coffey pode ser considerado o precursor das unidades petroquímicas modernas. O engenheiro francês Armand Savalle desenvolveu seu regulador de vapor por volta de 1846. Em 1877, Ernest Solvay recebeu uma patente nos Estados Unidos para uma coluna de bandeja destinada à destilação de amônia, e nesse mesmo ano e nos anos seguintes, houve avanços nesse campo para a destilação de óleos e bebidas alcoólicas.
Com o surgimento da engenharia química como disciplina no final do século XIX, métodos científicos puderam ser aplicados em vez de empíricos. O desenvolvimento da indústria do petróleo no início do século XX impulsionou o avanço de métodos de projeto precisos, como o método de McCabe-Thiele de Ernest Thiele e a equação de Fenske. Além disso, com a disponibilidade de computadores poderosos, tornou-se possível realizar simulações diretas de colunas de destilação.

Ao longo da história, a destilação passou por uma evolução significativa, indo desde práticas alquímicas rudimentares até métodos modernos baseados em princípios científicos e técnicas precisas. Os avanços na química e na engenharia revolucionaram a destilação, permitindo maior eficiência, pureza e capacidade de produção.
Hoje em dia, a destilação continua sendo uma parte fundamental de diversas indústrias, incluindo a produção de petroquímicos, alimentos e bebidas alcoólicas. Embora os alambiques tradicionais tenham sido em grande parte substituídos por equipamentos mais sofisticados e automatizados, os princípios básicos da destilação permanecem os mesmos.

Em conclusão, a destilação percorreu um longo caminho desde seus humildes começos na alquimia até se tornar uma disciplina científica e técnica avançada. Graças aos constantes avanços e melhorias nos métodos e equipamentos de destilação, podemos desfrutar de uma ampla variedade de produtos puros e refinados que atendem às nossas necessidades e desejos.